Egito x Alemanha: Doaa Elghobashy e Kira Walkenhorst disputam bola na rede (Foto: REUTERS/Lucy Nicholson)
Se no Egito Antigo as mulheres eram respeitadas, tinham independência financeira e jurídica e, quando trabalhavam, recebiam salários equivalentes aos dos homens, atualmente, a história está bem diferente. Com o islamismo sunita como religião predominante – cerca de 90% da população de 93,05 milhões de habitantes -, elas são um tanto quanto subjugadas no país. No que se refere ao trabalho, por exemplo, precisam pedir autorização de seus maridos. Além disso, dependendo da linha que se segue, obedecem a rígidos códigos de vestimenta, o que, para países não-islâmicos, pode ser visto como um símbolo de opressão. No vôlei de praia, uma atleta chama a atenção na Praia de Copacabana: nada de top, nada de biquíni. Doaa Elgobashy, de 19 anos, joga de hijab, uma espécie de véu sobre a cabeça, e calça, já que não pode mostrar as pernas.
Elas são as primeiras atletas do país a disputar a Olimpíada (Foto: YASUYOSHI CHIBA/AFP/Getty Images)
Mas ela não vê nisso um problema. Para a esportista, não atrapalha nada para se atirar no chão, por exemplo. Pelo contrário, Doaa gosta e se orgulha da roupa. Neste domingo, a jogadora entrou para a história com sua parceira Nada Meawad, que é muçulmana, mas não usa a vestimenta, somente a calça, como membro da primeira dupla do Egito a disputar uma Olimpíada nessa modalidade. Elas estrearam contra a fortíssima dupla alemã formada por Laura Ludwig e Kira Walkenhorst e foram derrotadas por 2 sets a 0, parciais de 21-12 e 21-15. Mas certamente lembrarão desse dia para sempre.
Fonte: Globoesporte.com – Postado às 13:37