Robson Conceição aplica golpe no adversário francês (Foto: REUTERS/Peter Cziborra)
Quando criança, Robson Conceição não tinha sonhos muito grandes. Invocado, queria ser que nem o tio, famoso por brigar na rua. Virou o “Terror” de Boa Vista de São Caetano, bairro humilde onde nasceu, em Salvador. Ao descobrir a nobre arte do boxe, porém, viu que brigar não estava com nada. Trocou os socos nas ruas pelos ringues e viu que poderia sonhar mais alto. Para alcançar seus sonhos, ralou muito. Conciliou trabalho, estudos e o boxe. Foi feirante, vendeu picolé na praia, foi ajudante de pedreiro… Sonhou tão alto que alcançou. Nesta terça-feira, ao derrotar o francês Sofiane Oumiha por decisão unânime, com 3 a 0 (30-27, 29-28 e 29-28), virou campeão olímpico. Colocou seu nome na história do boxe brasileiro ao conquistar a primeira medalha de ouro da modalidade em Jogos Olímpicos. Hoje, é o orgulho de Boa Vista. Orgulho de Salvador. Orgulho da Bahia. Orgulho do Brasil.
Para alcançar o maior resultado do país na nobre arte em Olimpíadas, Robson esbanjou serenidade. Convenhamos, não deve ser fácil disputar uma competição deste porte. Imagine uma final olímpica. Mas este baiano, cada vez que entrava no ringue, impressionava pela serenidade. O ringue, na verdade, virou o quintal de sua casa, como o que utilizou para aprender os primeiros socos com seu primo, ainda na infância.
Fonte: Globoesporte.com – Postado às 19:48