A Uefa apresentou às ligas europeias o polêmico projeto para a remodelação da Liga dos Campeões a partir de 2024, em reunião em Nyon, na Suíça, nesta quarta-feira. Segundo o formato proposto, a Champions passaria a ter quatro grupos de oito equipes, o que aumentaria o número de jogos da competição, e adotaria um sistema de acesso e rebaixamento, aparentemente favorável aos gigantes do continente.
– Nenhuma decisão foi tomada. Até o momento são apenas ideias e opiniões – explicou o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, em nota.
Por outro lado, contrariamente ao que vinha sendo especulado nas últimas semanas, o projeto não contempla jogos do torneio continental aos finais de semana. Essa era uma demanda das ligas europeias, em pé de guerra com a Uefa diante da possibilidade de prejudicar os campeonatos nacionais com uma eventual mudança de calendário.
– O processo começou. Veremos como evoluem as conversas e negociações – reagiu nesta quarta-feira a Associação de Ligas Profissionais (European Leagues) em declarações à AFP.
O diretor geral da Liga de Futebol Profissional francesa (LFP), Didier Quillot, não quis comentar o caso, mas confirmou que a Uefa realizou uma “apresentação detalhada” do projeto de reforma da Liga dos Campeões, direcionada para uma competição mais fechada.
Quillot havia pedido na terça-feira em Madri que a Uefa “repensasse” o projeto, se mostrando contra um torneio fechado. “Não queremos colocar em risco nossas receitas, nossos direitos de televisão”, alertou.
De acordo com o novo projeto, os cinco primeiros colocados de cada um dos quatro grupos de oito times se classificariam diretamente para a edição seguinte da Champions, independentemente de seus resultados nos campeonatos locais, o que poderia reduzir o interesse do público nas competições nacionais.