Mal chegou ao Grêmio, o presidente Romildo Bolzan Júnior avisou que quer uma mudança radical. Por ele, os pontos corridos que dominam desde 2003 voltariam a dar lugar ao mata-mata. E quando o comandante de um clube deste porte entra na discussão, o Fla-Flu recomeça. Mas além de discutir o que é melhor, cabe a pergunta: O que o presidente do Grêmio precisa fazer para que o Brasileirão volte a ter finais?
O caminho é longo e passa, fundamentalmente, pela vontade política. Bolzan, aparentemente, começou sua campanha sabendo disso. “Conversei com presidentes de clube e vários deles mostraram interesse pelo debate. A Federação Baiana pediu alterações, com quem conversei houve ressonância. Conversei com o Fluminense, com o Vasco, com o Internacional. Temos de fazer o debate. Pode haver turno e returno, pode haver turno único, mas buscamos equilíbrio maior e capacidade de empolgação da torcida”, disse o dirigente em entrevista à Rádio Bandeirantes.
Só que não é fácil identificar quem está de cada lado nessa briga. As razões para cada uma das escolhas variam. Quem quer playoffs e finais diz que o sistema atual é cansativo e amplia a distância entre grandes e pequenos. Quem pede pontos corridos defende que ele dá mais meritocracia e permite um calendário mais seguro e homogêneo, com o mesmo número de jogos para todos os envolvidos.
Um outro fator, porém, pesa bastante. Em geral, quem está ganhando quer manutenção, enquanto quem está perdendo pede o contrário.
“Somos contra a volta do Brasileiro no módulo de mata-mata. O desejo do clube é de manter o formato atual de pontos corridos”, disse Benecy Queiroz, supervisor de futebol do bicampeão Cruzeiro. “Mata-mata é na Copa do Brasil, no Brasileiro é retrocesso. Acho difícil que os clubes daqui apoiem isso”, disse Delfim Peixoto, presidente da Federação Catarinense, que emplacará quatro clubes na Série A em 2015.
“Tem de haver um modelo híbrido, com pontos corridos até determinada fase e quadrangular final. Mantém o critério de mérito e no final vai permitir o que todo mundo gosta, que são os jogos decisivos. O modelo puro e simples dos pontos corridos está superado”, disse Evandro Carvalho, presidente da Federação Pernambucana, que só tem o Sport na elite.
Fonte: Uol Esporte – Postado às 22:12