“Cores da bandeira nas bochechas? Eu não me importo com as cores da bandeira belga, ela me deixa frio.” A declaração é de Jan Peumans, presidente do parlamento regional flamengo, minutos depois de o país europeu obter a vaga para a Copa do Mundo de 2014, em 11 de outubro do ano passado.
Naquele mesmo dia, outro político, o prefeito de Antuérpia, Bart De Wever, seguiu a mesma linha. Ele disse a um canal de TV belga que torce pela equipe nacional porque ela tem atletas flamengos, mas, mesmo pressionado, negou-se a proferir a frase: “Eu torço pela Bélgica”.
Parece confuso?
Um país com três línguas oficiais, uma boa dose de nacionalismo e uma forte ideia separatista que só não encontra força ou qualquer tipo de respaldo, ao menos até agora, na seleção masculina de futebol. Assim é a Bélgica, cabeça de chave do grupo H e uma das principais promessas do Mundial a ser realizado no Brasil.
Trata-se de uma nação dividida em três regiões: a da Flandres, de língua holandesa, a da Valônia, de língua francesa, e a de Bruxelas-Capital, bilíngue. Nelas, existem quatro comunidades: a flamenga, a francesa, a flamenga e francesa e a germanófona – pequena porção a leste, cuja língua falada é a alemã.
Mas o conflito existente na terra de Hazard, do Chelsea, Courtois, do Atlético de Madri, e Kompany, do Manchester City, todos de áreas diferentes, não se dá apenas por conta dos variados idiomas. Vai muito além disso. Envolve política, interesses econômicos e uma certa dose de vingança por um tratamento, digamos, esnobe no passado.
Fonte: ESPN.com.br